terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Percorrendo o CENTRO HISTÓRICO - X

Combinado que estava, iniciamos o percurso em direcção à Praça do Infante,passando pela rua dos Pelames e descendo a rua de Mouzinho da Silveira.

Fomos apreciando os motivos mais interessantes que se oferecem ao longo do trajecto, a saber; a casa nº 55 da rua dos Pelames e a viela do Anjo, o emblemático edifício da praça de Almeida Garrett, a Adega do Olho, a Fonte Monumental e o Xafariz da rua do Souto.

Chegados finalmente à praça do Infante, dedicamos o tempo restante a avaliar a reabilitação de alguns edifícios que remontam à época medieval, visitamos o antigo mercado Ferreira Borges e detivemo-nos junto à estátua do Infante D. Henrique recordadando uma das épocas mais entusiasmantes da nossa história comum.
Como já é habitual, segue a reportagem fotográfica:

Casa nº 55 da rua dos Pelames

A célebre Viela do Anjo

Quem não conhece este edifício emblemático?

Uma das tasquinhas mais antigas da cidade

Construída no Séc. XIX a Fonte Monumental foi desmontada em 1920 para ali se instalarem duas casas comerciais. Mais tarde, em 1966 foi reconstruída e ali se mantém até aos dias de hoje.

O Xafariz de Rua do Souto foi edificado com a finalidade de substituir a Fonte Monumental quando esta foi desmontada em 1920.

O antigo mercado Ferreira Borges foi construído em 1885 para substituir o velho mercado da Ribeira. Nunca cumpriu esses objectivos e actualmente, depois de requalificado é utilizado para Exposições e Feiras de âmbito cultural.


Mercado Ferreira Borges - detalhes do interior.

Rua Mouzinho da Silveira: Prédios reabilitados paredes meias com prédios em adiantado estado de degradação.

Rua Mouzinho da Silveira: Detalhes das habitações.

A estátua do Infante D. Henrique erigida em 1894 é da autoria de Tomás Costa.

No sopé da estátua vêm-se dois grupos alegóricos: Uma Vitória conduzindo dois corcéis e dois tritões representa o triunfo das navegações portuguesas. Uma figura feminina simboliza a Fé das Descobertas. Junto ao pedestal existem dois baixos relevos representando a tomada de Ceuta e o Infante no promontório de Sagres.

Chegamos pois ao fim de mais uma pequena viagem através do Centro Histórico do Porto. A agenda aponta para uma deslocação ao terreiro da Sé Catedral visitando o célebre morro da Penaventosa e zonas limítrofes. Será depois o tempo de descermos à Ribeira, local internacionalmente conhecido mas onde haverá muito para conhecer e contar. Até lá!!!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Percorrendo o CENTRO HISTÓRICO - IX

Situamo-nos no local onde havíamos terminado a última jornada, junto às escadas do Caminho Novo.
A proposta para hoje será avançarmos em direcção à Praça do Infante D. Henrique visitando a zona envolvente. 
Partindo da Igreja de S. Francisco, iniciaremos um trajecto ascendente que nos levará através do Largo de S. Domingos, pela rua das Flores até ao topo da rua de Mouzinho da Silveira. 
Será mais um percurso durante o qual poderão ser observados vários detalhes históricos do Porto medieval. Vamos a isso:

 Conjunto arquitectónico que envolve a igreja dos Terceiros (Privada) e a igreja de S. Francisco.

Igreja de S. Francisco é a única igreja em estilo Gótico da Cidade do Porto. A sua construção teve início no Séc. XIV. É notável o seu conjunto de talha dourada barroca do Séc. XVIII.

Casa do Despacho da Ordem Terceira de S. Francisco situa-se frente à igreja de S. Francisco. Construída entre 1746 e 1752 com projecto de Nicolau Nasoni, ostenta na porta principal o Brasão da Ordem. Um cemitério catacumbal existente nos subterrâneos é hoje motivo de curiosidade dos turistas que a visitam.

O Palácio da Bolsa, sede da Associação Comercial do Porto começou a ser construído em Outubro de 1842. O Salão Árabe é um dos seus ex-libris, visitado anualmente por centenas de turistas nacionais e estrangeiros.

Casa da Alfandega Velha que também foi à época Casa da Moeda. Este edifício foi cedido à cidade por D. João I, pai do Infante D. Henrique como atestam as Armas do Rei na frontaria do mesmo.

Palácio de Belomonte também conhecido por casa dos Pacheco Pereira


Casa Brasonada no Largo de S. Domingos

Casa dos Cunha Pimentel, esquina do Largo de S. Domingos com a rua das Flores.

Rua das Flores, detalhes da fachada da Igreja da Misericórdia de autoria de Nicolau Nasoni.

Ruas das Flores, Casa dos Maias ou Casa dos Ferrazes Bravos é um belo edifício quinentista que se encontra em avançado estado de degradação. Ao que consta alguns projectos têm sido propostos para a sua recuperação mas, até à data sem sucesso.

Rua das Flores, Brasão da Casa dos Maias

Rua das Flores, casa brasonada.

Largo dos Lóios, casa brasonada

Rua Chã, casa brasonada.

Por hoje, chega de brasões. Esta subida da avenida da ponta até à rua Chã não estava prevista mas seria pena esquecer este palacete vestido de rosa. Amanhã se tudo correr como previsto, desceremos Mouzinho da Silveira e visitaremos a restante zona do Infante. Até lá.



terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Percorrendo o CENTRO HISTÓRICO - VIII


Já a noite havia caído quando terminamos a visita à renovada Igreja dos Clérigos. Nada mais haveria para visitar nesse dia.
Decidimos portanto iniciar um novo percurso num local adjacente aquele em que tínhamos ficado. O imponente edifício da Antiga Cadeia de Relação do Porto.

O que valerá a pena dizer sobre o edifício neste breve resumo é que a sua construção se iniciou em 1765 e teria terminado em 1796. Algumas figuras ilustres da sociedade da época por lá estiveram detidas, a saber, Camilo Castelo Branco e a sua paixão Ana Plácido bem como o Célebre Zé do Telhado.

Actualmente encontra-se lá instalado o Centro Português de Fotografia. Este organismo promove com regularidade cursos de fotografia nas suas várias vertentes, exposições de figuras de renome bem como é detentor de um fantástico espólio visitável no Museu da Fotografia instalado no seu interior. 

Na bela fachada norte podemos apreciar a Fonte do Olival que nos lembra a célebre Porta do mesmo nome que aqui se encontrava inserida na muralha da cidade.

Edifício da antiga cadeia da relação

Fonte da Porta do Olival

O destino será agora atingir os vestígios da muralha Fernandina que ainda podem ser apreciados junto a Miragaia. Pelo caminho observaremos mais alguns elementos que estão integrados no chanmado Centro Histórico.
Igreja de S. José das Taipas

Arquitecturas da época medieval

Casa onde nasceu Almeida Garrett

Antigo Clube dos Ingleses

Fontanário das Taipas

Casa dos Vilar de Perdizes

Casa dos Leites Pereiras

Brasão dos Leites Pereiras

Palácio de S. João Novo. Este palácio funcionou como hospital das tropas liberais e muito recentemente aqui esteve instalado o Museu de Etnografia e História. O largo onde se situa está prácticamente encostado ao que resta das muralhas, que se viriam a fechar com as restantes troços, ao longo do rio até à ponte Luiz I

Escadas do Caminho Novo
Quase paredes meias com Miragaia aqui podemos observar o que resta da muralha.

Por aqui ficamos hoje. A caminhada foi longa e muito mais haverá para vos mostrar.



sábado, 20 de dezembro de 2014

Percorrendo o CENTRO HISTÓRICO - VII


A nossa caminhada pelo Centro Histórico havia sido interrompida junto à Torre dos Clérigos. 
Passou uma semana e voltamos desta feita aos Clérigos com a finalidade de apreciar as obras que tinham sido efectuadas. 
Decidimos chegar ao anoitecer motivados pelo anúncio que referia a beleza das iluminações que lá haviam sido colocadas.
Lamentavelmente saíram goradas as nossas espectativas. Para além de alguns focos coloridos voltados para o alçado norte da igreja nada mais existia que chamasse a nossa atenção.

Decidimos então entrar na nave da igreja e é sobre a nave que coloco aqui algumas fotos  para que possam avaliar o resultado da sua reabilitação. 

Iluminação do alçado norte

Perspectiva da nave e do topo de altar-mor

Perspectiva da cúpula central

Perspectivas das cúpulas do altar-mor e do coro

Altar-mor podendo observar-se os tubos dos dois magníficos orgãos 

O orgão à esquerda do Altar

O orgão à direita do Altar


Á saída da igreja o trânsito bloqueava a rua dos Clérigos e as luzes natalícias ombreavam sem vergonha, com as luzes da igreja.

Continuaremos brevemente com esta caminhada através do Centro Histórico da cidade. 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

" A ÂNCORA "


Deambulava eu junto à margem do rio, olhando o nível da água que havia baixado de forma pouco usual quando o meu olhar fixou algo algo estranho na paisagem.
Ali estava ela, quase invisível como que abraçada aos rochedos e às pedras não raras vezes totalmente submersas, atapetando o fundo do leito do rio.
Dir-se-ia que lutou denodadamente para não ser levada Barra fora quando o seu barco, ou navio, desgarrado pela força da corrente se teria desmembrado em pedaços sendo arrastado para o mar.


Olhá-la despertou a minha imaginação e dei comigo a pensar! Quantas viagens teria vivido? Quantas Borrascas e Tempestades teria vencido, Paraísos visitado e sofrimento de velhos Lobos do Mar acompanhado? A imaginação é fértil e o local favorece. 
Para admirá-la basta caminhar ao longo da margem direita do Douro em direcção à foz, encontrar o heliporto de Massarelos e bem próximo o local onde habitualmente andam recolhendo isco para a pesca. 



Ela ali está. Coberta de limo e lodo, resistindo a cheias, correntes e marés,  querendo talvez atestar que também foi aqui, nesta cidade do Porto e perto deste local ( cais do Ouro ) que se construíram parte das Naus e se formaram marinheiros que muito ilustraram a nossa história.